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Sono

O sono e um processo fisiológico ativo e dinâmico, de grande impacto em vários aspectos da saúde, das funções corporais e do desenvolvimento. Durante os primeiros anos de vida, ocorre um grande número de importantes mudanças no crescimento e no desenvolvimento neuromotor. Dessa forma, a boa saúde do sono é de extrema relevância para as crianças e adolescentes por várias razões, desde o descanso físico e restauração energética até a influência sobre o crescimento e desenvolvimento.

O crescimento é um processo complexo que sofre influência de vários hormônios e neurotransmissores, os quais modulam diversos eventos biológicos nos tecidos do corpo (cérebro, órgãos, sangue, músculos e ossos). Um dos principais protagonistas nesse processo é o hormônio de crescimento. Vários fatores como nutrição, estresse e exercício têm grande influência não só na secreção desse hormônio, mas também na capacidade dos tecidos de responder ao seu estímulo. Na infância, pode-se dizer que o sono também desempenha um importante papel nessa modulação. Apesar do hormônio de crescimento ser produzido durante todo o dia, à noite sua produção se eleva durante o sono profundo.

Recém-nascidos usualmente dormem de 16 a 18 horas por dia. Como desenvolvimento do sistema nervoso central, mudanças ocorrem no padrão de sono, com diminuição do tempo total de sono e na proporção do sono REM (rapid eye movement), e então progressão gradual para o padrão adulto. Crianças de 2 a 3 anos de idade necessitam cerca de 12 a 14 horas de sono por dia (uma combinação entre sono noturno com períodos de soneca diurna); crianças de 4 anos necessitam cerca de 11 a 13 horas de sono (11 horas de sono noturno). É importante frisar que algumas crianças necessitam menos horas de sono por dia – nesses casos, segue-se um padrão individual, que deve ser respeitado.

Sem o sono adequado, vários distúrbios podem ocorrer, como problemas de coordenação e concentração durante o dia (levando à piora do desempenho escolar e aumento do risco de acidentes), variações do humor (e problemas de comportamento), diminuição do gasto energético e diminuição da velocidade do crescimento.

Além da menor produção de fatores de crescimento, outros hormônios sofrem influência negativa pelo déficit de sono, provocando alterações do apetite e também a forma de se metabolizar os alimentos, possibilitando um fenômeno chamado “resistência à insulina” (intimamente relacionado ao diabetes tipo 2).

Alguns sinais podem indicar que a criança não está dormindo adequadamente, como cansaço e letargia excessiva durante o dia; sonecas frequentes no carro; dificuldade excessiva para despertar de manhã.

Abaixo estão algumas dicas para tentar melhorar o padrão de sono das crianças:

  • Estabeleça um esquema de horários de sono para a casa e tente cumpri-los à risca;

  • Defina uma rotina para a hora de dormir, o que ajuda a sinalizar à criança que é hora de diminuir o ritmo. Dê um banho relaxante, ofereça um leite morno, conte uma história, leia um livro, cante suavemente: são várias as estratégias para acalmar os ânimos na preparação para dormir.

  • Prepare a casa para a hora de dormir: silêncio e escuridão são essenciais.

  • Evite brigas ou discussões no horário de dormir: isso estimula a criança.

  • Tente manter os hábitos estabelecidos também nos fins de semana e nas férias. Variações ocasionais geralmente não causam problemas no longo prazo, mas hábitos erráticos podem levar à privação do sono e às consequências relatadas acima.

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